Um grupo de aprovados em concurso público realizado no ano passado pela Prefeitura de Imbé de Minas entraram em contato com o jornal A Semana denunciando o atual prefeito, João Batista da Cruz, o Batista do Sindicato (PT), de estar tentando cancelar o processo seletivo, cuja homologação ele vem adiando desde sua posse no cargo, enquanto admite pessoas por meio de contratação.
Como esclarecem alguns aprovados no concurso, que formaram um grupo no aplicativo Whatsapp com os propósitos de se unirem e buscar apoio à sua causa, no final do ano passado a Prefeitura de Imbé de Minas, então governada por Marcos Antônio do Carmo, realizou um concurso público para 113 vagas, sendo sete delas exclusivas para portadores de necessidades especiais.
O Concurso Público foi gerenciado e organizado pela empresa JMS Tecnologia E Serviços Ltda., de Belo Horizonte, vencedora do processo licitatório realizado em julho de 2020, cabendo a responsabilidade pelo acompanhamento e fiscalização de todo o processo seletivo à Comissão de Concurso, nomeada pelo prefeito. As 113 vagas disponibilizadas no concurso abrangeriam candidatos nos níveis de ensino fundamental, ensino médio e ensino superior.
O Edital para o concurso foi publicado no dia 21 de outubro e, após cumpridos os prazos legais, acabou sendo realizado em um processo tranquilo e sem sofrer impugnação, como relatam os aprovados.
A homologação do concurso coube ao atual prefeito, João Batista da Cruz, empossado no cargo em 1º de janeiro deste ano. No entanto, como denunciam os aprovados no concurso, ele tem usado de todos os artifícios para adiar a homologação do concurso e, assim, começar a empossar as vagas existentes atualmente na Prefeitura. Ao invés disso, afirmam os aprovados, ele tem procurado meios para anular o concurso e ocupado as vagas que deveriam ser preenchidas pelos concursados com pessoas contratadas.
De acordo com os candidatos aprovados, inicialmente, o prefeito pediu para que o assessor jurídico da Prefeitura de Imbé de Minas analisasse toda a documentação referente ao concurso. Feita a avaliação, o advogado não constatou falhas no processo.
Não satisfeito, Batista do Sindicato contratou uma empresa especializada para auditar o concurso, pagando a ela mais de R$ 50 mil, para verificar a existência de possíveis irregularidades em todo o processo, não sendo encontrado nada que possibilitasse o cancelamento do concurso.
Apesar da auditoria feita pela empresa ter mostrado lisura no processo, o atual governo adiou a homologação do concurso por mais 60 dias, sob a alegação de que os aprovados são ineficientes e despreparados e, após esse prazo, formou uma comissão de sindicância, com o intuito de levantar possíveis suspeitas de falhas e irregularidades no concurso.
Desde então, a comissão de sindicância tem colhido depoimentos, tendo convocado para isso representantes da empresa que realizou o concurso, membros da Comissão de Concurso e de alguns aprovados.
De acordo com alguns dos depoentes, a maioria das perguntas estão totalmente fora do contexto, tais como: O senhor é parente, amigo ou inimigo de algum membro da comissão de acompanhamento do Concurso? O senhor é parente, amigo, adversário político ou inimigo do ex-prefeito Marcos Antônio do Carmo?
O senhor é parente, amigo, adversário político ou inimigo do prefeito João Batista da Cruz? O senhor trabalha no governo do ex-prefeito?
Câmara Municipal
A situação dos aprovados no concurso e a demora do prefeito Batista do Sindicato em homologá-lo, chamou a atenção de alguns vereadores que tiveram aprovado pelo plenário da Câmara Municipal de Imbé de Minas requerimento para que o prefeito apresente motivos para tanta demora em homologar o concurso, enquanto admite funcionários sem concurso por meio de contratos.