Câmara de Taparuba instala CPI contra o prefeito Júnior Abreu
Na segunda-feira, 16, a Câmara Municipal de Taparuba instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar denúncia apresentada por João Diógenes Godoy contra o prefeito Joaquim de Abreu Filho, o Júnior Abreu. Entre outras coisas, o denunciante acusa o prefeito de gastos excessivos com combustível, contratação de serviços sem licitação e superfaturamento na compra de equipamentos de proteção individual (EPI) para a Secretaria de Educação. O prefeito afirma confiar na Justiça e que tudo não passa de perseguição política.
A Comissão
Instalada na reunião do dia 16, a CPI tem como seu presidente o vereador João Marcos da Silva (PSDB) e como relator o vereador Adriano Silva Kerr ( DEM). Também fazem parte da Comissão os vereadores Célio Lima de Arruda ( PSL), Vilmar de Paula Mendes ( PSDB) e José Carlos de Oliveira (DEM).
Entenda o caso
Em 08 de julho deste ano, João Diógenes Godoy protocolou junto à Câmara Municipal de Taparuba denúncia contra o prefeito Júnior Abreu, na qual ele aponta uma série de possíveis irregularidades cometidas por sua administração em seis meses de gestão. A mesma denúncia foi encaminhada por João Diógenses, no dia 06 de agosto ao Ministério Público da Comarca de Ipanema.
No documento, o denunciante acusa o governo municipal de realizar gastos abusivos de combustível, ocorrendo inclusive registros de abastecimento de dois tratores agrícolas, uma retroescavadeira e uma motoniveladora. Pela denúncia, a retroescavadeira estaria quebrada desde final de abril, já as demais encontravam-se quebradas desde o ano passado. Além disso, como relata João Diógenes, o volume de combustível de vários abastecimentos era superior à capacidade do tanque de combustíveis dos tratores.
Outra irregularidade apontada pelo denunciante foi a locação de máquinas e caminhões basculantes sem a realização de licitação, bem como o pagamento desses veículos mesmo eles não tendo prestado os serviços para os quais foram alugados.
Júnior Abreu é denunciado, ainda, de sua gestão ter efetuado o pagamento de valor superior a R$ 50 mil por serviços de mecânica e borracharia sem realizar o processo licitatório.
Outra possível irregularidade cometida na atual gestão diz respeito ao pagamento de diárias e reembolso de despesas de viagem para o prefeito, vice-prefeito, secretários, procurador do município e servidores.
João Diógenes aponta indícios de ter ocorrido superfaturamento na compra de equipamentos de proteção referentes aos protocolos de Covid-19 efetuados pela Secretaria Municipal de Educação. Entre esses equipamentos estão: aventais descartáveis, luvas, máscaras, óculos, protetores faciais de acrílico, respiradores de máscaras descartáveis e álcool em gel.
Ministério Público
Na denúncia protocolada junto ao Ministério Público, entendendo ter demonstrado os indícios e as provas de que ocorreram irregularidades no uso dos recursos públicos, João Diógenes considera ser “patente a necessidade do pedido de afastamento do atual prefeito do cargo, uma vez que os atos ainda estão ocorrendo e poderão ensejar maior prejuízo aos cofres municipais como forma preventiva”.
Prefeito
O jornal A Semana entrou em contato com o prefeito Júnior Abreu para ouvir sua versão sobre as denúncias e seu posicionamento diante da instalação de uma CPI pela Câmara Municipal. Em resposta, sua assessoria enviou um vídeo com pronunciamento do prefeito.
No vídeo enviado ao jornal, o prefeito se diz preocupado e pesaroso com os últimos acontecimentos ocorridos em Taparuba. De acordo com o prefeito, na sessão da Câmara Municipal em que se instalou a CPI, foi montado um “circo de vaidades e politicagem barata”, patenteado por alguns vereadores que, segundo ele, nunca o procuraram para se inteirar das dificuldades enfrentadas pelo município.
Em sua manifestação, Júnior Abreu acusa João Diógenes de atacar publicamente a ele e à sua família de forma veemente e leviana, demonstrando nitidamente a intenção de denegrir politicamente a sua imagem.
O prefeito estranhou a afirmação do presidente da Câmara de que o governo municipal não responde a alguns pedidos de informação. “Todos os pedidos têm sido respondidos tempestivamente, com exceção evidentemente daqueles que exorbitam do direito, conforme prevê a Constituição Federal.
Afirmando respeitar o direito fiscalizados do Poder Legislativo, o prefeito se diz indignado com a forma como os trabalhos da Câmara foram conduzidos. “Respeito o Legislativo Municipal, mas, com o mesmo respeito quero ser tratado.
Ele encerra se dirigindo à população de Taparuba. “Gostaria de tranquilizar a todos no sentido de que nada tememos. Reitero o meu compromisso na defesa dos reais interesses de cada cidadão de bem, que sonha com uma Taparuba cada vez melhor. Seguiremos o nosso trabalho normalmente, buscando sempre o melhor para a nossa cidade e valorizando a nossa gente”.