ColunasEdilson Rodrigues

Você vai jogar o jogo?

O jogo começou!… A menos de seis meses das eleições gerais no Brasil, encerrada a troca de partido, o jogo político começa a esquentar.

Embora o período oficial de campanha eleitoral só se inicie na segunda quinzena de agosto, os candidatos se desdobram na chamada pré-campanha para conquistar apoio e votos.

Apesar de toda a importância que as próximas eleições têm para o futuro do nosso país, é crescente o desinteresse de grande parte do eleitorado, o que poderá resultar numa abstenção recorde.

Sentindo-se desiludido com a classe política, ante o desrespeito com o qual os detentores de cargos eletivos tratam a coisa pública, o eleitor opta por não votar, fazendo da omissão um gesto de protesto, o que é uma escolha infeliz.
Em seu “analfabetismo político”, o eleitor inconformado com as atitudes dos maus políticos, ao entender que a melhor forma de protesto é não votar se esquecendo que a omissão é a atitude do covarde.

Agindo assim, embora acredite estar fazendo uso do que considera um direito, ele abre mão da oportunidade de escolher e permite a eleição de qualquer um.

É comum ouvirmos o eleitor criticar o presidente, o governador, o prefeito, os senadores, os deputados e os vereadores, querendo profundas mudança no País. Todavia, ele se iguala aos maus políticos que critica quando deixa de usar a ferramenta capaz de promover ou oferecer as condições para as mudanças pelas quais tanto clama.

Quem assim procede não percebe que, ao se omitir em participar do jogo político, está concordando e consentindo com a permanência ou entrada no controle do poder dos políticos despreparados, mal intencionados ou corruptos e, com isso, lega aos seus filhos e às futuras gerações uma herança maldita, proporcionando-lhes um futuro cada vez pior.

No Brasil, segundo a legislação eleitoral, o voto é obrigatório. Porém, diante do baixo valor da multa para quem não vota, a obrigatoriedade torna-se praticamente inócua.

Mesmo que o voto em nosso país fosse facultativo, eu não cometeria o erro de me omitir a participar do processo democrático de escolha e ainda que não pudesse escolher o melhor optaria em votar no “menos pior”.

O cidadão que quer ver implantadas no Brasil melhorias, na Saúde, na Educação, na Segurança Pública, na infraestrutura, no desenvolvimento econômico e no uso correto do dinheiro público jamais deveria deixar de participar deste jogo, permitindo com a sua indiferença a manutenção ou a volta de quem enriquece a si e aos seus, praticando rapina ao se apropriar do dinheiro do povo.

Eleitor que não vota ou que vota mal, – quando vende o seu voto ou votando sem de fato conhecer a quem elege -, confirma o dito popular segundo o qual “o povo tem o governo que merece”.

Por fim, relembro um texto do alemão Bertolt Brecht. “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

Pergunto de novo!… Você vai jogar o jogo?

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