Coluna do Edilson – Verdade
No dia 07 de abril foi comemorado o “Dia do jornalista”. Na minha humilde opinião, no momento atual, não existem motivos para celebrar a data, afinal, o jornalismo do Brasil, que já foi uma das instituições mais respeitadas do País, hoje, está quase totalmente desacreditada devido à falta de seriedade de grande parte das pessoas que atuam nesta profissão, que ocupam o tempo e o espaço a elas concedido em fazer militância em favor de suas ideologias, ao invés de honrar o compromisso de transmitir a verdade e fazê-lo de forma isenta e equilibrada.
Ao contrário do que a maioria pensa, fazer jornalismo não é uma tarefa fácil e exige de quem faz um grande respeito para com o público e com a verdade, que não tem cor, sexo ou raça. A verdade se basta!
No momento atual, quando tudo transpira política, e política de baixa qualidade, os profissionais de jornalismo estão sendo divididos em dois grupos: os jornalistas de esquerda e os jornalistas de direita!… Estamos à procura dos jornalistas da verdade. Aqueles que não a confundem com suas preferências e simpatias, buscando transmitir a verdade, doa ela em quem doer.
Ao jornalista sério e comprometido com a verdade, não cabe aquela antiga máxima da política mineira, segundo a qual “O amigo não tem defeito!… Já o inimigo, se não tiver a gente coloca!”. Para ele, o certo é certo e o errado é errado, independentemente de quem seja seu autor.
O jornalista, como pessoa que é, tem pleno direito de ter a própria opinião, mas, enquanto jornalista, ele precisa ser honesto o suficiente para não permitir que sua opinião afete ou contamine o que escreve ou o que reporta ao seu público.
Existem muitas opiniões, das quais podemos abrir mão e, até mesmo, mudar. Porém, se existem diversas e várias opiniões, não existem duas verdades!
Em todas as vezes que eu sento diante do computador para escrever a crônica publicada nesta coluna o faço com a plena consciência da responsabilidade que está sobre os meus ombros em manter incorruptível o compromisso que eu tenho com a verdade.
No momento atual, nesta guerra de informações contraditórias, opiniões tem surgido, a cada instante, como verdades absolutas, sem a necessária confirmação e sem o compromisso em se saber quais as consequências de tal procedimento.
Como resultado do excesso de militância na informação, a história está repleta de sofismas e mentiras, tecidas para satisfazer o interesse do historiador. Neste sentido bem escreveu o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano, por sinal, em sua obra O Livro dos Abraços: “Até que os leões tenham os seus próprios historiadores, as histórias de caçada continuarão a glorificar o caçador”.
A militância jornalística, no curso da história, tem criado heróis e vilões, sem o menor compromisso com a verdade, destilando veneno contra seus desafetos e encobrindo todas as falhas de seus apadrinhados.
Isso ocorre com os dois sul-americanos mais biografados em todos os tempos: Ernesto “Che” Guevara e Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. O primeiro, ainda endeusado por muitos, que o consideram um herói, na realidade era uma pessoa cruel e sanguinária, sentindo prazer em matar as pessoas, como fez com o filho de uma senhora que o procurou, intercedendo por seu filho e ele, simplesmente, deu-lhe um tiro na cabeça na frente dela.
Lampião, desde que entrou para o Cangaço, foi um bandido, muito ao contrário do que muitos querem fazer parecer. Nunca foi herói e nem lutou pela causa dos pobres. Lutou por si próprio e o número de assassinatos que cometeu faz inveja a Billy The Kid e Jesse James.
Espero que um dia os jornalistas da verdade voltem a ser maioria em nosso país!