Coluna do Edilson – 11/06/23 Ah, o bom senso…
O bom senso, para quem ainda não sabe, é uma qualidade que reúne as noções da razão e da sabedoria, caracterizando as ações que são tomadas de acordo com as regras e costumes adequados para determinado contexto.
Traduzindo: o bom senso é o freio que nos impede de agir como queremos e falar como pensamos e que, no Brasil de agora, impede que sejamos presos ou punidos por ousarmos usar o nosso outrora sagrado direito de nos expressarmos, como era permitido pela Constituição Federal. Quanta saudade!…
Eu tenho me empenhado em fazer bom uso do bom senso e isso deve estar fazendo com que eu me livre de sérias complicações com a Justiça!… Hum… Justiça?… Ah!… Que saudade da justiça justa!… Do tempo em que ela era realmente cega e, como disse Ruy Barbosa, era aplicada sem olhar a quem!
O meu bom senso me impede de afirmar que essa “justiça justa”, na verdade, nunca existiu neste nosso querido e sofrido Brasil e sempre privilegiou alguns afortunados, sendo rígida e severa com os outros. Que sorte a minha!… O “Alexandre” não iria gostar nada se o meu bom senso não tivesse feito com que eu evitasse afirmar isso!
O meu bom senso também evita que eu reconheça que no Brasil de hoje, as novas normas, regras e leis estabelecidas pela Justiça obriga o cidadão a se calar diante de injustiças e opressões por ele sofridas, estabelecendo uma nova “Lei da Mordaça”!… Bons tempos quando podíamos, exercendo o livre direito de expressão, emitir a nossa opinião, sem o risco de termos esse direito constitucional suprimido.
O meu bom senso, para minha sorte, tem me impedido de comentar que o bando que assumiu o governo (ou será desgoverno?) do nosso País, além de ser composto de pessoas incompetentes para administrar de forma honesta, é praticante da rapina do dinheiro público, amante tenaz do exercício da corrupção em todos os níveis e declaradamente simpatizante e adepto dos regimes ditatoriais, seja quem governa ainda verdes ou já esteja bem “Maduro”.
O meu bom senso me impede, ainda, de dizer que se vislumbra no Brasil sérios problemas resultantes de farto desvio, mau uso e desperdício do dinheiro público praticado por um (des)governo, cuja primeira atitude foi criar mais 14 ministérios para acomodar os queridos “companheiros” e usar cargos e nomeações para comprar o apoio de partidos, senadores e deputados, como aconteceu nos seus mandatos anteriores.
O meu bom senso, fiel amigo, tem me impedido de usar da sinceridade em dizer que se torna impossível acreditar em uma gestão que produza benefícios aos brasileiros de hoje e de amanhã quando “chefe” esteve preso merecidamente, embora tenha sido “descondensado” pela Justiça que já foi justa, por vários crimes cometidos por ele. Isso é a mesma coisa que colocar a raposa para tomar conta de seu galinheiro e acreditar que todas as galinhas serão bem cuidadas!
O meu inseparável bom senso não permite que eu cobre de quem fez o “L” nas eleições do ano passado quando o atual (des)governo irá cumprir a tão famosa promessa anunciada durante a campanha eleitoral e iniciar o programa “Minha Picanha, Minha Vida”!
Que bom!… Graças ao meu incomparável bom senso, eu consegui chegar ao final desta coluna sem cometer qualquer deslize que possa me levar a ser censurado ou processado judicialmente pela atual ordem, ou será desordem?
E, enquanto isso ainda é teoricamente possível, saudemos a nossa “quase” liberdade de podermos externar os nossos pensamentos.
Ah!… Que seria de mim se não fosse este meu querido bom senso?