Coluna do Edilson – 10/09 – Compras e Vendas
A compra de votos é uma prática antiga na política brasileira. Aliás, nascida no período que antecedeu a realização das primeiras eleições ocorridas no País.
É um dos crimes eleitorais mais praticados durante as campanhas eleitorais e une dois inimigos da Democracia, na medida em que coloca de um lado o corruptor e do outro o otário corrompido.
Infelizmente, embora seja quase impossível ter provas documentais, esta prática espúria e criminosa tem ocorrido intensamente em Caratinga na campanha eleitoral deste ano.
Esse acordo, crime eleitoral que fere de forma contundente o jogo político e desequilibra a favor do mal a disputa, tornará vítima toda a sociedade, tendo o poder de causar danos irreparáveis ao futuro do município, do Estado e da Nação.
Os dois, tanto quem compra o voto como quem vende, são aliados no processo de degradação do País e no distanciamento dos benefícios para o povo. O primeiro por ser um crápula, para quem ética, moral e honestidade não possuem o menor valor e estar disposto a vender a alma ao diabo para alcançar seus sórdidos objetivos. O segundo por sua enorme imbecilidade em aceitar firmar acordo com um criminoso que perpetuará a corrupção.
O candidato a deputado ou o deputado que respalda a sua candidatura na compra de votos, antes mesmo da eleição, já mostra de forma clara a sua intenção de também vender seus votos nas tramitações de projetos, seja na Câmara dos Deputados ou na Assembleia, revelando sua disposição de participar de esquemas de desvio de dinheiro público, continuando a praticar a corrupção na qual sempre esteve envolvido.
O candidato ou o deputado que se elege ou se mantém na carreira política pela compra de votos é um canalha que não possui caráter para ocupar o cargo e está determinado a vender o futuro do País e os genuínos interesses da população durante acordos arquitetados nas reuniões com outros corruptos, realizadas às escondidas na calada da noite, como fazem as quadrilhas de bandidos.
Quem está se candidatando pela primeira vez e se inicia na política comprando votos demonstra ser um bandido ávido em poder nadar de braçada em um mar de corrupção. Quem já é político antigo e também faz uso desse instrumento, sempre foi bandido e o seu enriquecimento foi construído por meio de roubo e da corrupção que tanto ama praticar.
Por sua vez, o eleitor que vende o seu voto, seja por dinheiro, favor ou promessa de favor, na sua santa e inconsequente ignorância e miserabilidade não consegue compreender que com sua atitude está trocando por uma esmola o futuro de seus filhos, de seus netos e das gerações futuras, se tornando tão corrupto quanto o político que ajudou a eleger.
Não compreende o idiota que também vendeu o seu direito de reclamar, condenar, denunciar ou criticar as más leis, o mau uso do dinheiro público, a falta de benefícios e os atos corruptos do deputado em quem votou. Afinal de contas, o eleitor idiota e o deputado canalha são membros da mesma quadrilha. Além disso, quem vendeu o voto perdeu o direito de criticar o deputado que ajudou a se eleger, pois, ele comprou do tolo eleitor a própria voz.
O eleitor que vende o seu voto se assemelha a uma das mais baratas prostitutas, indo com quem lhe paga, sem medir as nefastas consequências de seu gesto.
O combate à corrupção na política não pode ser apenas a bandeira de um único candidato, seja qual for o cargo pretendido, mas, um compromisso de todos que sonham em um Brasil melhor para todos.