Obras ligando bairros a Dom Modesto e Santa Efigênia seguem paradas
Em 23 de janeiro de 2015, a Prefeitura de Caratinga, no governo do ex-prefeito Marco Antônio Junqueira, promoveu a cerimônia que marcou o início das obras de duas importantes melhorias, há muito reivindicadas pela população: a abertura e implantação de infraestrutura da rua ligando a Avenida Professor Armando Alves da Silva, no Bairro Zacarias ao Bairro Santa Cruz e a pavimentação da estrada ligando o Bairro Santa Cruz aos distritos rurais de Santa Efigênia e Dom Modesto.
As duas obras, com extensão total de 6,3 quilômetros, seriam desenvolvidas em duas fases. Na primeira, seria implantada a infraestrutura em toda a extensão, em um investimento pouco superior a R$ 2 milhões, sendo R$ 1.852 milhão proveniente do Governo Federal e R$ 170 mil de contrapartida da Prefeitura de Caratinga.
Segundo o projeto, executados os serviços de infraestrutura, seria realizada a segunda fase da obra, com a pavimentação asfáltica de todo o trecho, com o investimento de R$ 1,5 milhão, obtido junto ao Governo do Estado.
Parte dos serviços foi realizado, como a abertura da via de acesso da Avenida Professor Armando Alves da Silva ao Bairro Santa Cruz e a preparação da estrada ligando o bairro aos distritos de Santa Efigênia e Dom Modesto, porém, a obra acabou sendo paralisada e a melhoria não foi concluída até hoje.
Parte da estrada que liga aos distritos chegou a receber o asfalto, no entanto, o serviço não teve continuidade e, hoje, o serviço já realizado está sendo destruído gradativamente, uma vez que não recebe a necessária manutenção.
Em pior situação está o trecho que liga o Bairro Zacarias ao Bairro Santa Cruz, que foi percorrido pela reportagem do jornal na última semana, constatando que uma possível retomada das obras trará muitas dores de cabeça para seu prosseguimento e conclusão.
Isso se deve ao fato de que parte da infraestrutura implantada se deteriorou, sendo necessário ser refeita. Além disso, a falta de fiscalização por parte da Prefeitura de Caratinga permitiu que os proprietários de casas construídas às margens da via construíssem rampas de acesso às suas residências e garagens que chegam a invadir a pista de rolamento. Além disso, alguns proprietários de imóveis construíram muros rentes a pista de rolamento.
Com a situação atual, cabem algumas dúvidas caso as obras venham a ser retomadas. A Prefeitura de Caratinga irá obrigar a esses moradores a retirarem os muros e as rampas de acesso? Ou não restará ao governo municipal outra medida a não ser o estreitamento da pista de rolamento?
Outra situação observada pela reportagem de A Semana é que alguns locais às margens da via pública têm sido utilizados como área livre para o descarte de lixo e de entulhos.
Triste é constatar que, em pleno século 21, a prefeitura de um município do porte de Caratinga ainda continue permitindo a ocupação irregular do solo dentro do perímetro urbano, mesmo existindo um setor cuja finalidade é “fiscalizar” e exigir a fiel obediência ao Código de Posturas e ao Código de Obras do Município.
A correção e reparo das situações irregulares existentes atualmente às margens da via que liga a Avenida Professor Armando Alves da Silva ao Bairro Santa Cruz, além de despesas, causará muitos transtornos, tanto ao governo municipal quanto aos moradores, transtornos que não precisariam ocorrer se a administração municipal desempenhasse o seu papel.
Porém, independentemente do que possa a vir ocorrer nos próximos anos, seja a conclusão das duas obras ou o não investimento na retomada da execução das melhorias, o dinheiro público gasto até agora já está sendo desperdiçado, evidenciando descaso para com o uso do dinheiro público.