O médico Klinger Faico, infectologista responsável pelo Casu-Hospital Irmã Denise, um dos hospitais referência para o tratamento da Covid-19 em Minas Gerais, discorre sobre os desafios deste período de pandemia e da importância de serem mantidas as medidas preventivas para se combater a propagação da doença.
Desde o início de 2020, quando foi identificada a situação da pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, os profissionais da área de Saúde estão em evidência pelo fato de manterem contato direto com as vítimas desse inimigo invisível.
Entre os profissionais de saúde, um especialista que está em constante movimento para contornar os desafios estabelecidos pela situação de pandemia é o Infectologista, responsável por combater as infecções, uma das manifestações mais recorrentes de inúmeras doenças e, neste momento, da Covid-19, doença que tem vitimado milhares de brasileiros e milhões de pessoas em todo o mundo.
São os infectologistas que, ao lado de cientistas e pesquisadores, estão ajudando a desvendar os mecanismos do novo Coronavírus e, com isso, criar medidas para conter o seu avanço. A missão é desafiadora, pois, é preciso reunir e analisar dados científicos com muita rapidez. A cada dia, o vírus avança e coloca em risco não só a vida da população, mas também ameaça a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
O infectologista do Casu-Hospital, Klinger Faico, fala sobre os desafios de sua rotina, em meio a realidade pandêmica. “A rotina está bastante extenuante. Já se passaram mais de 365 dias de plantões, coordenação de serviços, atendimentos, elaboração de protocolos, estudos e pesquisas. Associado a isso precisamos estar o tempo todo combatendo Fake News e levando informações de qualidade para a população. Isso tudo, diante de um cenário incerto em que a cada dia aprendemos mais um pouco e conseguimos avançar no tratamento dos nossos pacientes”.
Após mais de um ano de pandemia, segundo o infectologista, a situação do Brasil ainda é muito preocupante. “Infelizmente, o estágio atual é alarmante em todo o País. A nova variante identificada em Manaus se proliferou por todos os estados sendo a responsável quase que integralmente pelos novos casos. Com a taxa de vacinação caminhando ainda a passos lentos e a contaminação em ritmo vertiginoso, estamos longe de sairmos dessa pandemia. Nossa região não se difere do restante do Brasil, mas, aqui temos uma grande vantagem. A direção do Casu-Hospital e a Funec não têm medido esforços na abertura de novos leitos, na compra de equipamentos, na contratação de pessoal e no investimento em tecnologia de ponta. Aliás, isso já ocorria antes mesmo de ter um caso confirmado de Covid-19 na cidade de Caratinga. Esse ponto fez toda a diferença. A atuação junto ao município e as instâncias estaduais e federais também é fundamental”.
De acordo com Klinger Faico, a vacinação em massa seria uma oportunidade de redução do número de novos contaminados, porém, as vacinas ainda não estão disponíveis para a maior parte da população. Com isso, as medidas de prevenção precisam continuar. “A velocidade de vacinação nos preocupa muito, ainda mais em um contexto de recorde de contaminações diariamente. Os vírus de RNA, como o Covid-19, possuem uma taxa de mutação elevada podendo selecionar as chamadas ‘variantes de preocupação’ e quanto mais pessoas sendo infectadas, maiores as chances do vírus sofrer mutação. Por isso, é preciso acelerar a vacinação, aumentar a taxa de proteção das pessoas para diminuirmos as infecções e as chances de surgimento dessas variantes mais graves. Mesmo quem já teve a doença, ou já se vacinou com a primeira dose, precisa manter as medidas preventivas que são muito importantes”.
Ele ressalta que as principais medidas de prevenção para evitar a propagação da Covid-19 são as seguintes: lavar as mãos com frequência ou utilizar álcool em gel; manter distância segura de outras pessoas fora de casa; usar máscara o tempo todo; evitar tocar nos olhos, nariz ou boca; evitar aglomerações; ficar em casa sempre que possível e procurar atendimento médico em caso de manifestação de febre, tosse e dificuldade para respirar.