A vacinação, que objetiva a imunização contra o novo coronavírus , teve início no Brasil há duas semanas e, da mesma forma como traz esperança do controle da doença no País, chega trazendo muitas dúvidas junto à população. Visando esclarecer e orientar a população, o Infectologista do Casu-Hospital Irmã Denise, Klinger Faico, discorre sobre as principais dúvidas com relação ao processo de imunização contra a Covid-19.
Após quase um ano de pandemia, com 100 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo, o Brasil conta com duas vacinas aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e a AstraZeneca, desenvolvida pela Universidade de Oxford e a Fiocruz.
A distribuição das vacinas já foi realizada pelo Ministério da Saúde (MS), assim como foi definido o cronograma de vacinação baseado nos grupos prioritários para a imunização. Na primeira fase estão sendo vacinados os trabalhadores de saúde que estão na linha de frente do combate à doença, pessoas de 60 anos ou mais e deficientes que vivam em instituições de longa permanência, e a população indígena aldeada.
Entre as muitas dúvidas existentes, uma das principais, é sobre a maneira que a vacina age no organismo. Klinger Faico, esclarece essa questão. “A vacina contém restos virais e ao entrar no nosso corpo o sistema imunológico identifica essas partículas e começa a desenvolver anticorpos que ficarão prontos. Se porventura o vírus infectar o organismo em um outro momento, o paciente já terá uma memória imunológica e já conseguirá produzir anticorpos (que já estão prontos por causa da vacina) e assim combater o vírus. Como o vírus não é vivo, ele também não é replicante e dessa forma ele não consegue proliferar no organismo, causando a doença em quem se imunizar”.
Outra questão que também gera algum tipo de dúvida é sobre contraindicações às vacinas. Segundo Dr Klinger Faico, existem alguns fatores que impedem a vacinação. “A vacina não deve ser administrada em pessoas com sintomas de covid-19 e temperatura superior 37,5º. Se apresentar alergia a qualquer um dos componentes da vacina – hidróxido de alumínio, hidrogenofosfato dissódico, dihidrogenofosfato de sódio, cloreto de sódio e hidróxido de sódio. Os estudos já realizados não contemplaram as gestantes em um primeiro momento. Mas estudos com animais não mostraram malformações. A vacinação em gestantes deve ser individualizada e recomendada por um médico, principalmente para as grávidas no terceiro trimestre”.
O Infectologista do Casu-Hospital Irmã Denise alerta para a importância da vacinação e da manutenção das medidas preventivas. “A vacinação é a única forma eficaz e comprovada cientificamente de conseguirmos sair dessa pandemia. Todas as outras terapias que foram aventadas para o tratamento da Covid-19 não surtiram efeito e não há recomendações de serem utilizadas tais como: hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, zinco, vitamina D ou nitazoxanida. Dessa forma, a vacinação em massa de toda população mundial é a única alternativa viável nesse momento. A minha recomendação é: vacinem-se! Não há uma alternativa, nesse momento, para acabarmos com a pandemia. Enquanto isso, precisamos manter as medidas preventivas”.