Ex-secretário de Saúde alerta quanto à Meningite
Preocupado com a queda nos índices de cobertura vacinal em nossa região, como vem acontecendo em todo o País, o ex-secretário de Saúde da prefeitura de Caratinga, Erick Gonçalves Silva, chama a atenção para o risco de ocorrência de um surto de meningite e, também, a possibilidade do retorno de doenças já erradicadas no Brasil.
Erick não esconde a sua preocupação com o atual cenário. “Estamos acompanhando o aumento dos casos de meningite no País. É de grande importância intensificar as campanhas de orientação, informação e alertar a população sobre a importância da vacinação como meio de combate à doença”.
Ele relata que tem acompanhado, com preocupação, a queda da cobertura vacinal de diversas vacinas disponibilizadas no Calendário Nacional de Imunização, ocorrida no Brasil nos últimos anos. “Por essa razão, estamos em alerta para o retorno de doenças já erradicadas como por exemplo a Poliomielite e o crescimento de casos de doenças endêmicas como a meningite. Precisamos de forma urgente mobilizar a população para atualizar o cartão de vacina, de acordo com que é preconizado pelo Ministério da Saúde”.
Meningite
Conforme esclarece Erick Gonçalves, a meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. “As meningites virais e bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos. Sendo uma doença grave e contagiosa, a meningite é capaz de provocar sequelas e até mesmo a morte”.
De acordo com ele, a vacinação é a forma mais eficaz de evitar infecção. “Vale ressaltar que no Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Reforçamos que o grupo etário mais exposto a meningite são as crianças menores de 1 ano de idade.
Temos vacinas disponíveis nos postos de saúde que são essenciais e devem ser rigorosamente aplicadas nas idades indicadas”.
Segundo Erick, as vacinas disponibilizadas pelo SUS são as seguintes: BCG – protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa, sendo aplicada em dose única ao nascer; Pneumocócica 10-valente (Conjugada) – protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumonia, incluindo meningite. A primeira dose deve ser aplicada aos dois meses de vida da criança e a segunda dose deve ser ministrada aos quatro meses e aplicado o reforço aos 12 meses; Meningocócica C (Conjugada) – protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. A primeira dose deve ser aplicada aos três meses de vida, com a segunda sendo ministrada aos cinco meses e o reforço aos 12 meses; Meningocócica ACWY (Conjugada) – protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. A vacina deve ser aplicada em adolescentes de 11 e 14 anos de idade, dependendo da situação vacinal.
Outras vacinas disponibilizadas pelo SUS são: Penta – protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. A primeira dose da vacina deve ser aplicada aos dois meses de vida, a segunda aos quatro meses e a terceira dose aos seis meses; Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica) – protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção contra os sorotipos dos pneumococos contidos na vacina. É disponibilizada para a população a partir de 60 anos de idade. A revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada 5 anos após a dose inicial.
Pneumocócica 13-valente (Conjugada) – protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: indivíduos – 5 anos de idade, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea).
APELO
Ao final da entrevista, Erick Gonçalves fez um apelo. “A população brasileira precisa resgatar a confiabilidade das vacinas, que durante anos foram responsáveis pela erradicação e redução de riscos de diversas doenças que afetam a saúde da população. Vacinas salvam vidas!”.