O novo imortal é conhecido como um dos principais biógrafos do país. Nascido em Caratinga (MG), em 1948, ele passou por importantes veículos de imprensa a partir dos anos 1960, atualmente é colunista da Folha de S. Paulo. Como jornalista iniciante, chegou a cobrir a posse de João Guimarães Rosa em 1967. Em 1992, lançou o primeiro grande sucesso, “Chega de saudade”, em que reconstrói o movimento da bossa nova através de seus protagonistas.
Presidente da ABL, o colunista do GLOBO Merval Pereira, destaca o talento do novo imortal como biógrafo e romancista:
— Ruy Castro é um grande escritor, biógrafo formidável não apenas de grandes nomes, como Garrincha, Nelson Rodrigues, mas da cidade do Rio e de movimentos fundamentais da nossa cultura, como a bossa nova. Seu mais recente romance, “Os perigos do Imperador” (2022), é exemplo do exímio escritor que é.
Após o primeiro best seller, Ruy encadeou uma série de biografias bem-sucedidas. Reconstruiu a vida do polêmico dramaturgo Nelson Rodrigues (“O anjo pornográfico”, 1992), do jogador Mané Garrincha (“A estrela solitária”, 1995) e da cantora Carmen Miranda (“Carmen”, 2005). Além de revisitar bossa nova em um livro de verbetes (“Ela é carioca”, 1999), de histórias (“A onda que se ergueu do mar”, 2001) e de roteiros (“Rio Bossa Nova”, 2006). Seu último épico biográfico é “Metrópole à beira-mar — O Rio moderno dos anos 20”, que descreve a efervescência cultural e moderna da então capital federal na década de 1920.
Ruy também lançou romances que misturam ficção e História, como “Bilac vê estrelas”(2000), “Era no tempo do rei: Um romance da chegada da corte” (2007), além de seu livro mais recente, “Os perigos do imperador”.
— Sou basicamente um biógrafo que também faz livros de reconstituição histórica, como se fossem biografias da bossa nova, do Rio dos anos 1920 e 1950, e por aí vai. O processo de apuração é o mesmo. Não posso me considerar propriamente um romancista, porque só publiquei três até hoje. E são romances de um biógrafo em férias — brinca Ruy. — De dez em dez anos tenho uma ideia para um romance e escrevo porque vou achar divertido explorar, fazendo de uma forma que os leitores também gostem. ( O Globo)