Asfalto: milhões indo pelo ralo
Município de médio porte em termos de arrecadação, Caratinga se vê, com constância, na necessidade de buscar recursos oficiais para manter a máquina administrativa em funcionamento, inclusive a abertura e continuação de canteiros de obras. Foi o que aconteceu em 2020, quando se firmou contrato de financiamento para recuperar a malha de tráfego da cidade, com recuperação asfáltica do perímetro urbano.
Junto à Caixa Econômica Federal (CEF), foi levantado financiamento de R$ 12 milhões para execução do serviço, que incluía, no projeto inicial, outras obras. O prazo do financiamento é de 24 meses, que se estende por outros dois anos, por conta da carência. O valor final para pagamento é salgado: cerca de R$ 27 milhões, somando juros e correção monetária.
No entanto, o resultado das obras de recapeamento não atinge o objetivo. Conforme A Semana vem noticiando em sucessivas edições, o asfalto recebido e aplicado nas vias públicas por ocasião das eleições começa a ser todo destruído, seja por desgaste natural ou em consequência das chuvas. De novo, culpa-se a falta de infraestrutura pela ineficiência do serviço. Deficiência das redes pluvial e de esgoto, são apontadas, novamente, como causa.
Como exemplo, pode-se citar que a Copasa iniciou obras de rede de água no início da Praça Monsenhor Rocha (Praça da Conceição) até o entroncamento da Rua Cel. Antônio Saturnino (Rua da Cadeia), mas, o que se vê no local é um afundamento da pista por falta de compactação adequada e remendos de má qualidade feitos pela empreiteira da concessionária.
Bairro Santo Antônio
Na Praça do bairro Santo Antônio também foi feito o recapeamento em toda sua área, mas imensas crateras foram abertas, recentemente, pelas chuvas que caíram em maior volume no início do ano. A prefeitura já iniciou algumas obras na rede pluvial para conter o aumento da erosão; mas, para recuperação total da região, a prefeitura terá que fazer uma grande obra, no trecho que vai da rua Santo Antônio até a MG-329 – Caratinga a Bom Jesus.
Limoeiro
Por toda cidade a Copasa vem tentando remendar as ruas tapando buracos que se abriram em consequência das chuvas. De novo, a compactação do solo pode ser a causa do afundamento da pista. No bairro Limoeiro estes reparos se tornaram obra de maior envergadura em toda a extensão da principal via de tráfego, a Avenida Ana Pena de Faria.
Como consequência os moradores e comerciantes de, praticamente, toda a cidade continuam enfrentando problemas do gênero, apesar dos milhões de reais levantados no sistema financeiro a juros, quase sempre, salgados. É dinheiro público que vaza pelo ralo, apesar das advertências gerais de seu mau uso.