BrasilEconomiaEstilo de vidaProfissionais

Pandemia retarda em quase 40 anos a possibilidade de igualdade de gênero no mercado

As mulheres foram mais afetadas no mercado de trabalho após os isolamentos desencadeados pela pandemia, segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial. Especialistas apontam no trabalho publicado anualmente que a sociedade sofrerá os reflexos quase 40 anos de desigualdade de gênero. Um retrocesso que para muitas mulheres significa abdicar da carreira, ter dificuldades para sustentar a família ou sofrer violência doméstica por não conseguir a independência financeira.

A mulheres perderam renda e mais empregos durante a crise causada pela pandemia. Além de terem assumido uma parcela maior do trabalho não remunerado, elas foram lançadas para fora do mercado e enfrentaram uma onda de violência doméstica. Esse cenário é motivado, em parte, ao fato de as mulheres serem empregadas com mais frequência nos setores mais afetados pelos bloqueios ocorridos no primeiro semestre do ano e as pressões adicionais do trabalho domésticos como educação dos filhos, limpeza da casa, alimentação.

À medida que a economia se recupera, elas também estão sendo menos recontratadas do que os homens. Quando as escolas e outras instituições de cuidado (como creches, escolinhas e centros de convivência para idosos) fecharam, as mulheres assumiram “desproporcionalmente” os cuidados com os filhos, as tarefas domésticas e os cuidados com idosos. Essa sobrecarga invisível resultou no aumento dos níveis de estresse e redução dos níveis de produtividade e aumento das taxas de demissões durante a pandemia entre mulheres do que entre homens.

O estudo estima que levará quase 136 anos para que o mundo atinja paridade de gênero. O tempo aumentou, já que a estimativa feita na pesquisa anterior era de menos de 100 anos, antes dos isolamentos sociais devido a pandemia. Esse estudo é mensurado por quatro itens socioeconômicos: participação econômica e oportunidade, educação, saúde e capacitação política. O grupo ainda estimou que a disparidade de gênero levará mais 268 anos para ser completamente erradicada. Como os dados não refletem totalmente o impacto da pandemia, o cenário pode ser ainda pior.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo