Comprar por impulso torna o consumidor mais vulnerável a golpes. O alerta da Polícia Civil é reforçado a cinco dias da tradicional Black Friday, quando as “ofertas” podem esconder armadilhas de bandidos prontos para roubar o dinheiro das pessoas. Para não se tornar uma vítima nem pagar mais caro é preciso cautela e reflexão.
“Na pressa de adquirir um produto ou serviço, o usuário acaba se esquecendo de conferir o valor, que pode aparecer sem o desconto aplicado”, exemplifica a delegada Elyenni Célida. Segundo ela, os registros mais recorrentes na Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor são as compras em sites e perfis de rede social falsos e a aquisição de produtos vendidos como se fossem originais.
De acordo com a policial, os criminosos usam a internet para enganar até mesmo os consumidores mais experientes. “No Brasil, estima-se que a cada sete ou oito segundos ocorra uma fraude por meio de compras virtuais”, ressalta a delegada, com base em um levantamento realizado pela Serasa Experien.
Em meio a essas facilidades, muitos bandidos aproveitam a Black Friday para enviar e-mails ou mensagens para usuários relatando a confirmação de uma compra ou um problema com um produto. Nesses casos, o prejuízo vai além do dinheiro. “Trata-se de uma tentativa de phishing, ou seja, de induzir as vítimas a clicar em links fraudulentos e fornecer seus dados bancários e outras informações”, acrescenta Elyenni Célida.
Para se livrar dos riscos, o consumidor precisa ficar atento a detalhes desde o início do processo de compra, como o valor total e as parcelas, juros, prazo de entrega, valor do frete e, principalmente, se não está incluído no valor, de forma oculta, algum tipo de seguro ou garantia estendida não autorizada.
Outra dica é pesquisar os preços com antecedência. “Em sites regulados a orientação é monitorar antes da Black Friday. Tem empresas que aumentam o preço dias antes e fazem ‘tudo pela metade do dobro’. Tem que ser monitorado para ter certeza que vai fazer um bom negócio”, alerta o coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa.
Segundo ele, ofertas mirabolantes também demandam atenção redobrada. “A principal atração da Black Friday é o preço. Se o preço ofertado estiver muito abaixo do preço médio de mercado também não é de confiança e pode sugerir golpe”.
O ideal é optar por sites conhecidos. É possível pesquisar a reputação de empresas por meio do consumidor.gov.br. O Procon também dispõe de uma lista de endereços eletrônicos que devem ser evitados. Confira aqui.
Mesmo diante de todos os alertas, caso a pessoa ainda caia em algum golpe é preciso denunciar o crime, seja em uma unidade da Polícia Civil ou por meio da Delegacia Virtual. É fundamental que o denunciante reúna todos os registros de interação com os golpistas para auxiliar nas investigações. * Com informações de Raquel Gontijo – Hoje em Dia)